Consagrado em obras do Minha Casa Minha Vida, para edifícios com até cinco pavimentos, o sistema construtivo de paredes de concreto é usado pela primeira vez no país para erguer torres com mais de dez andares. A iniciativa está a cargo da RICAM Incorporações e Empreendimentos Imobiliários, que em Barueri, na região metropolitana da cidade de São Paulo, constrói dois prédios – um com 20 e outro com 17 pavimentos. (Visite o site aqui)
Tecnologia de paredes de concreto gerou ganho de seis meses no cronograma da obra
O cronograma apertado e a racionalização do canteiro de obras é que levou a construtora a adotar esse modelo. “Entre as variáveis, pesaram rapidez de execução; diminuição do efetivo de funcionários; intenção da empresa em aprimorar e repetir as mesmas tipologias de plantas dos pavimentos; supressão de etapas consecutivas à estrutura, como revestimentos internos e externos, e diminuição de consumo de água na obra e também da quantidade de entulhos”, explica o engenheiro civil Paulo Cezar de Oliveira Marra, gerente de obras da construtora.
Concreto autoadensável
De acordo com o gerente de obras da RICAM, a solução para a mão de obra foi contratar empresas terceirizadas especializadas em atuar com o sistema construtivo de paredes de concreto. Quanto ao concreto, chegou-se a um consumo de 6.700 m³, utilizando material autoadensável e com resistência variando entre 30 MPa e 40 MPa. “Com as soluções encontradas, ganhamos aproximadamente seis meses no cronograma de obras, em relação à alvenaria convencional”, diz Paulo Marra.
Prédio Vista Bella: consumo de 6.700 m³ de concreto autoadensável
Para viabilizar as torres do Vista Bella Residencial Club, a construtora utilizou formas de alumínio que não possuem nem rebites nem emendas na face que faz contato com o concreto. Além disso, elas eram mais leves que as formas convencionais – pesando menos de 18 kg/m² -, e já vinham com vãos para janelas e portas. A tecnologia permitiu executar, em média, um pavimento a cada quatro dias.
Outra característica do empreendimento é que ele utiliza um sistema misto, entre autoportante e com pilares e
estacas. “Nosso projeto é interpretado de forma autoportante, mas existem vários pontos da estrutura onde a armação é mais densa, por meio de armadura dupla, o que a deixa parecido com uma região de pilar”, relata Paulo Marra.
Com 294 apartamentos, todos com área útil de 53 e 55 m2 e dois dormitórios, as torres erguidas através do sistema de paredes de concreto serão concluídas no primeiro semestre de 2015.